Corretor de imóveis devidamente credenciado no serviço público federal Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo, CRECISP 82.114, desde 2007. Com passagens pelas maiores empresas do mercado. Tendo atuado ainda na área de crédito imobiliário pelo banco Santander. Se procura por imóvel eu serei o seu consultor. Contato - consulteocreci82114@gmail.com
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Preços sobem e acendem luz amarela no mercado
A aceleração dos preços do mercado imobiliário brasileiro acendeu uma luz amarela. O valor dos imóveis, que tem subido 25% ao ano, e a expansão do crédito provocaram um alerta do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre uma eventual instabilidade financeira no país. Algum risco existe, de acordo com especialistas, mas não chegaria a representar uma ameaça comparável à crise do subprime nos Estados Unidos, em 2008, com repercussão na Europa.
O preço dos imóveis, aliado à renda insuficiente ou o emprego informal, também impede o sonho da casa própria em algumas capitais brasileiras. De acordo com o estudo “Um espaço para o desenvolvimento: os mercados habitacionais na América Latina e Caribe”, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), 62% dos moradores de São Paulo não têm como comprar imóvel na cidade.
No Rio de Janeiro, Recife e Belém o problema afeta 56% das famílias. Em Fortaleza são 55%. Em Curitiba, Brasília e Porto Alegre, 52% não têm como comprar imóvel. Em Salvador são 49%. No Rio, o trabalho informal, que não permite a comprovação de renda exigida pelos agentes financeiros, atrapalha 34% das famílias. Em São Paulo, o preço é o que impede o projeto de 39% dos paulistanos.
A pesquisa do BID, divulgada este mês, estudou o déficit habitacional em 41 cidades de 18 países da América Latina e Caribe. Outro problema é a falta de infraestrutura. Dos 3 milhões de domicílios que se formam anualmente nas cidades latino-americanas, 2 milhões são forçados a se instalar em habitações informais, como as favelas.
O estudo do BID indica que com o uso de recursos governamentais seria necessário incrementar sete vezes os investimentos públicos em programas habitacionais, com gastos de US$ 310 bilhões, equivalente a 7,8% do Produto Interno Bruto regional. “O déficit é tal que, mesmo que os governos queiram resolver o problema apenas com recursos públicos, seria quase impossível. O investimento de 7,8% do PIB da região daria apenas para cobrir o estoque, que cresce a cada ano”, diz Cesar Bouillon, do Departamento de Pesquisa do BID.
Ele acredita que o risco de uma bolha imobiliária no Brasil, como alerta o FMI, “é pequeno na comparação com Estados Unidos e União Europeia porque o país tem um dos menores mercados hipotecários, até mesmo para os padrões da América Latina. Representa 10% do PIB, contra 20% do Panamá e do Chile”, diz.
Para Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), “a entrada das construtoras na bolsa de valores pode representar um risco, mas esse é um setor que trabalha com altos níveis de segurança ao não financiar 100% do imóvel. A ameaça de bolha só existe só houver crescimento da inadimplência e queda nas margens de segurança”. O especialista em mercado imobiliário Emílio Haddad, também da FAU-USP, diz que “a valorização imobiliária se justifica, entre outros fatores, porque os preços dos imóveis estavam defasados em relação a outros ativos”.
Em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Recife o valor dos imóveis disparou em três anos. Apartamentos avaliados em mais de R$ 1 milhão já não são raridade nos classificados de jornais ou nos anúncios das imobiliárias.
Mas não é só nas capitais. Em Santos, no litoral paulista, base da Petrobras para as operações de produção de petróleo na camada de pré-sal, o metro quadrado passou de R$ 3 mil para R$ 5 mil em cinco anos. No Rio de Janeiro, aumentou 155% desde 2009. Mais recentemente ganhou pelo menos mais um componente inflacionário: a criação das unidades de polícia pacificadora (UPPs) instaladas pela Secretaria de Segurança Pública do Estado em algumas favelas e morros valorizou em 100% o preço do imóvel destinado às classes de renda mais baixa, de acordo com o Sindicato da Habitação do Rio (Secovi/RJ).
A pesquisa do BID indica soluções para dar oportunidade à parcela da população que sofre com a alta dos preços, como o envolvimento do setor privado, o fortalecimento de programas de infraestrutura e o apoio à construção de moradias populares. Um caso de sucesso apontado pelo trabalho é o programa Mecroproyectos, que dá incentivo a urbanizadores e construtores para grandes projetos habitacionais em lugares de baixa renda na Colômbia.
O Ministério das Cidades informou que não teve acesso à integra do estudo do BID, mas destacou que uma das estratégias de enfrentamento ao déficit habitacional é o Programa Minha Casa, Minha Vida, que tem a meta de 3 três milhões de unidades habitacionais no período 2009-2014 com investimentos de R$ 180 bilhões, sendo 60% destinados a famílias com renda mensal até R$ 1,6 mil, que terão acesso à casa própria comprometendo 10% de sua renda familiar durante 10 anos. (Valor Econômico)
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