quarta-feira, 17 de julho de 2013

Construtoras podem ter mais um ano difícil

Com taxa de juros e inflação em alta no País, venda de imóveis deve cair no segundo semestre e prejudicar o setor, dizem analistas
CIRCE BONATELLI - O Estado de S.Paulo
O atual quadro econômico brasileiro - com inflação alta, taxa básica de juros em ascensão e baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) - ameaça o desempenho das incorporadoras imobiliárias no segundo semestre. De acordo com analistas e empresários, a piora dos indicadores macroeconômicos pode esfriar a demanda por imóveis e respingar nos resultados financeiros das empresas ao longo dos próximos meses.
"Uma economia estagnada provoca freio na demanda. Se isso se consolidar, teremos um segundo semestre ruim", afirmou João da Rocha Lima, coordenador do Núcleo Imobiliário da Universidade de São Paulo (USP) e conselheiro da incorporadora PDG Realty. "Só é razoável para o consumidor assumir um financiamento imobiliário se houver segurança em relação à renda e ao emprego. Se não tiver isso, ele adia a decisão de compra", explicou Lima.
De acordo com o diretor-presidente da imobiliária Brasil Brokers, Sérgio Freire, as vendas de imóveis foram fracas em janeiro e fevereiro, boas entre março e maio, mas voltaram a arrefecer em junho - segundo ele, por causa da onda de manifestações pelo País. "O ambiente político e econômico está influenciando. As pessoas estão mais cautelosas ao se endividar para comprar apartamentos", disse.
Freire observou que o ciclo de alta na taxa básica de juros (Selic) também tornará mais atrativo o retorno financeiro com outros investimentos, como títulos públicos. Segundo ele, isso pode incentivar a migração daqueles investidores que hoje aplicam seu dinheiro em imóveis, cuja valorização anual gira em torno dos 10%. "Com a Selic em 8,5% ainda não temos esse problema, mas, se ela terminar o ano em torno de 9,5%, o investidor vai começar a fazer as contas."
A perspectiva do mercado financeiro é que a Selic encerre 2013 no patamar de 9,25%, de acordo com o Boletim Focus, do Banco Central.
Outro problema da taxa de juros mais alta é o efeito negativo sobre as incorporadoras que estão muito alavancadas. De acordo com o analista de construção civil do BB Investimentos, Wesley Bernabé, esse efeito será sentido pelas companhias em que a dívida corporativa (debêntures e capital de giro) tenha um peso maior na composição total da dívida, pois esses financiamentos estão atrelados ao CDI e à taxa referencial (TR), que acompanham a variação da Selic. "Empresas em que a dívida corporativa está acima de 50% do total não estão bem", disse Bernabé.
Balanços. Para o analista Flávio Conde, da Gradual Investimentos, a perspectiva macroeconômica para os próximos meses exige cuidado das companhias de construção, mas o cenário não deverá afetar os balanços do segundo trimestre, que serão divulgados em agosto. As vendas e lançamentos entre abril e junho devem vir dentro das expectativas do mercado, mostrando um possível crescimento em relação ao mesmo período de 2012.
Mesmo com o cenário de turbulências à frente, não há previsão de queda no preço médio dos imóveis nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro - maiores mercados do País -, na opinião do presidente da Brasil Brokers. Freire lembra que as duas cidades enfrentam escassez de terrenos e aumentos dos custos com mão de obra, o que impede uma queda no valor das moradias.
Pelas suas estimativas, os valores dos imóveis na capital paulista devem registrar uma alta anual inferior a 10%. Já no Rio, os aumentos devem ficar acima de 10%, impulsionados também pelos investimentos em infraestrutura para Copa do Mundo e Olimpíada. "Junto com os investimentos, vem a valorização dos imóveis. É inevitável", disse Freire.
Com preços em trajetória de alta e risco de esfriamento da demanda, a tendência é que as incorporadoras repensem lançamentos e façam um esforço maior para as vendas daqui em diante, observou Conde.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Imóveis lançados em 2012 eram pequenos e caros



Dentre as unidades lançadas em 2012 no Brasil, 80% foram apartamentos e o preço médio desses imóveis foi de 375 mil reais. O preço médio do metro quadrado dos apartamentos foi de 5.110 reais, 10% superior a 2011, quando o preço médio era de 4.630 reais por metro quadrado.
As informações são do Anuário do Mercado Imobiliário Brasileiro, lançado pela Lopes, empresa de consultoria e intermediação imobiliária. A pesquisa contemplou 86% do VGV (Valor Geral de Vendas) total dos lançamentos do país em 2012, somando 69 bilhões de reais, em lançamentos residenciais verticais, conjuntos comerciais, flats e hotéis. Foram pesquisados 92 municípios e 19 cidades-satélite brasileiras, ou 111 regiões que representam 46% do PIB.
Entre os apartamentos lançados no ano passado, 39% possuem de 50 a 60 metros quadrados, 29% até 49 metros quadrados e 16% das unidades possuem de 70 a 89 metros quadrados. Os apartamentos com mais de 110 metros quadrados representam menos de 10% das unidades lançadas.
“Os incorporadores entenderam a demanda do consumidor por plantas menores do que 49 metros quadrados, como estúdios e apartamentos para o público solteiro, casais em lugares com mais serviços, mais bem localizados e com mais infraestrutura”, comenta Caio Augusto, gerente executivo de inteligência de mercado da Lopes.
A maior parte das unidades verticais lançadas (56%) têm dois dormitórios. Os apartamentos com três dormitórios representam 29% das unidades, os de um dormitório correspondem a 8% dos lançamentos, os de 4 dormitórios 6% e os de cinco ou mais não chegam a representar nem 1% dos lançamentos.
Os apartamentos de um dormitório foram mais caros do que os de dois, três e quatro dormitórios. Os preços médios dos metros quadrados verificados, segundo o número de dormitórios foram: 6.650 reais para apartamentos de um dormitório; 4.530 reais entre os de dois dormitórios; 5.120 reais entre os de três dormitórios; 6.630 reais entre os de quatro dormitórios; e 7.740 reais entre os de cinco ou mais dormitórios.
Os lugares mais caros
As cinco regiões com metros quadrados mais caros dos lançamentos em 2012 foram: Brasília (11.030 reais/ m²), Santos (6.920 reais/ m²), São Paulo (6.870 reais/m²), Florianópolis (6.620 reais/m²) e Niterói (6.200 reais/ m²).
Conjuntos comerciais, flats e hotéis
Entre os conjuntos comerciais, o preço médio verificado no Brasil foi de 8.460 reais por metro quadrado. Os lançamentos de hotéis e flats registraram valor médio de 11.530 reais por metro quadrado.
Solteiros e casais em busca de facilidades compõem o público dos imóveis menores
Fonte: Exame 

Imóveis anunciados no Baixo Augusta sobem 172% em 5 anos



São Paulo - A região paulistana do Baixo Augusta, conhecida pelos bares, casas noturnas e "inferninhos", vem vivendo um boom imobiliário e se tornando atraente para os moradores "descolados" de São Paulo. De acordo com o ZAP Imóveis, portal de anúncios imobiliários, o preço dos imóveis anunciados na região subiu 172% de fevereiro de 2008 a abril de 2013.
Na cidade de São Paulo, de janeiro de 2008 a abril de 2013, a variação do preço do metro quadrado anunciado na internet foi de 168,8%, segundo o Índice FipeZap.
De acordo com o ZAP, a região vem sendo bastante procurada por casais sem filhos, solteiros, profissionais liberais, artistas e intelectuais, e mesmo investidores. A localização central, com infraestrutura urbana completa, a grande oferta de transportes e a revitalização de regiões do Centro, como a Praça Roosevelt e a própria Rua Augusta, seriam os fatores que contribuem para essa valorização.
O ZAP cita ainda que, recentemente, dois empreendimentos lançados na região - um da construtora Esser - e outro da Requadra, venderam todas as unidades em apenas algumas horas após o lançamento.
Fonte: Exame