quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Volume de lançamentos e vendas sobe no 3º trimestre

Apesar do cenário de crescimento econômico menos acelerado, a maior parte das incorporadoras de capital aberto que divulgaram prévias dos resultados operacionais do terceiro trimestre lançou e vendeu mais que no mesmo período de 2010. Das oito empresas que divulgaram prévias até a última terça-feira (18), seis apresentaram crescimento do Valor Global de Vendas (VGV) de lançamentos - PDG Realty, Cyrela Brazil Realty, MRV Engenharia, EZTec, Rodobens Negócios Imobiliários e Direcional Engenharia. Apenas Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) e Even Construtora e Incorporadora apresentaram VGV menor.

Cinco empresas tiveram aumento das vendas contratadas. As exceções foram CCDI, Rodobens e Even. A PDG, maior incorporadora do país e a primeira a divulgar prévias, apresentou recordes em lançamentos e vendas. Ontem, foi a vez de MRV Engenharia divulgar recorde de lançamentos e vendas contratadas no terceiro trimestre. A companhia lançou VGV de R$ 1,449 bilhão no período, 40% a mais que no terceiro trimestre do ano passado. As vendas cresceram 22%, para R$ 1,083 bilhão. "A demanda continua muito forte no segmento popular", afirma o presidente da MRV, Rubens Menin. No acumulado dos nove meses, as vendas da MRV subiram 10,7%, para R$ 2,883 bilhões. A expectativa da MRV é de outro trimestre "bem forte" em lançamentos e vendas, conforme o executivo.
Já a Even, que também divulgou sua prévia operacional ontem, apresentou lançamentos de R$ 448 milhões, com queda de 22,35% ante o terceiro trimestre de 2010, e vendas de R$ 370 milhões, ou seja, 38,5% menores.
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Setor da construção civil deve crescer o dobro do PIB nos próximos anos

O setor da Construção Civil vive dias otimistas há cerca de três anos em todo o país. No Paraná não é diferente. De acordo com o presidente da Acomac – Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção – Ademir Kuerten, o setor deve permanecer emcrescimento acelerado nos próximos anos. Ele aposta em um crescimento da ordem de 7% ao ano, duas vezes maior que o PIB, pelo menos até 2014.

Os motivos para tanto otimismo são vários, desde a realização de competiçõesesportivas como as Olimpíadas e a Copa do Mundo de Futebol, que devem fomentar o turismo e, por isso, fazer crescer também o número de obras públicas e particulares; até as políticas de incentivo à aquisição de casa própria, como isenções de impostos e o programa “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal.
Mesmo as ameaças de inflação e de efeitos da crise mundial não devem afetar o crescimento do setor, de acordo com as previsões do presidente da Acomac. Kurten afirma que o governo federal está atento para proteger o país das ameaças de inflação e também dos efeitos da crise que assola principalmente os países europeus. “As metas de inflação estão sob controle e o governo tem se mostrado competente em manter fortes os setores que garantem o desenvolvimento do país, como é o caso da construção civil”, afirmou.
Kurten lembrou que o setor é um dos maiores geradores de emprego do país, além de propiciar o sentimento de cidadania, como motor importante no processo de melhora das condições de moradia dos brasileiros, como o que se tem percebido nos últimos anos. A Acomac representa cerca de 270 lojistas da grande Curitiba. Em sua gestão à frente da instituição, Kurten tem investido para estreitar o relacionamento do setor com fornecedores e clientes, além de programas de capacitação dos trabalhadores da área.
No dia 20 de outubro, a Acomac reuniu centenas de lojistas, fornecedores e trabalhadores do setor no I Encontro Paranaense do Varejo da Construção. Na visão de Kurten, o evento foi um sucesso, com participação maciça de lojistas e representantes das indústrias, em uma forte sinergia para a soma de esforços visando o crescimento de todo o setor, além de palestras informativas com temas de interesse para os participantes. A intenção é de que o evento se torne uma tradição, reunindo periodicamente os mais importantes representantes da área. “O objetivo com um encontro como esse é conseguirmos fazer com que o setor da construção esteja cada vez mais coeso, com uma linguagem mais homogênea, unindo indústria e varejo e levando capacitação ao nosso pessoal”, comentou. (Paranashop)
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Imóveis: especialistas afastam risco de bolha, mas preços podem cair

SÃO PAULO – Quem comprou um imóvel há 36 meses por R$ 100 mil na cidade de São Paulo, hoje deve vendê-lo por algo em torno de R$ 190 mil. Isso é o que indica o índice de preço de imóveis Fipe Zap, que mostra uma valorização média de 90% dos imóveis nos últimos 3 anos na cidade. Só nos últimos 12 meses, a alta de preços beira os 30%, tanto na capital paulista quanto no Brasil.

Mas será que esta valorização tão expressiva pode indicar a formação de uma bolha no setor? De acordo com especialistas do mercado imobiliário, a chance de uma bolha no mercado brasileiro é pequena, mas os preços dos imóveis devem cair em algumas regiões.

Segundo o diretor-presidente da Vitacom Incorporadora, Alexandre Lafer Frankel, a bolha imobiliária se forma quando há um aumento infundado nos preços praticados por metro quadrado, como aconteceu nos Estados Unidos em 2008.

No Brasil, segundo ele, a valorização dos imóveis está sendo favorecida pelo crescimento da demanda, aumento do crédito e crescimento do número de pessoas que investem neste tipo de bem. “O que está acontecendo é uma recuperação de um mercado que, por falta de financiamento habitacional, ficou parado por mais de duas décadas”, afirma.

De acordo com Frankel, o forte aumento de preço não se trata de um movimento especulativo. “A elevação de preços é definida pela oferta e demanda. Nos últimos anos, verificamos uma procura acentuada diante de uma escassez de ofertas, principalmente nos grandes centros urbanos”, afirma Frankel.

O vice-presidente do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças) e autor do Livro “Imóveis, Seu Guia Para Fazer da Compra e Venda um Grande Negócio”, Luiz Calado, também não acredita na formação de uma bolha neste momento. “Eu acho que esse aumento de preços se trata de ajuste de ciclo de mercado”, afirma.

Especulação
Segundo Frankel, a especulação é um dos principais riscos para que uma bolha se forme, mas ele ressalta que, no mercado brasileiro, este tipo de negócio é insignificante em relação ao volume total de transações.

“Uma das possibilidades de bolha imobiliária é quando um especulador compra um imóvel na planta, com objetivo de vender em um prazo bem curto. Se acontecer qualquer problema e ele mudar de planos, pode desistir da compra com facilidade”, diz Frankel.

“Mas a maioria das construtoras fazem uma venda consistente, com análise de crédito. Poucos fazem venda desse tipo. Por isso, esse risco praticamente inexiste no mercado imobiliário brasileiro”, continua.

O executivo acrescenta que o crédito imobiliário no Brasil é bastante conservador, o que contribui para afastar as chances de uma formação de bolha. “Nosso país tem regras fortes para o financiamento de imóveis”, diz. “O comprometimento de renda do brasileiro com este tipo de crédito é bastante limitado e não existe alavancagem”, continua o executivo.

Preços
De acordo com Calado, o preço dos imóveis, de uma maneira geral, deve se estagnar a partir de agora e pode haver redução. “Eu enxergo um cenário de manutenção ou de queda de até 20% ao longo do tempo, não de um mês para o outro”, diz. “Acho que estamos no topo e tem uma chance muito grande de cair”, completa.

Para Frankel, em muitos locais, o preço dos imóveis deve se estagnar um pouco e apresentar alta próximas dos índices de inflação. Já em locais com maior escassez e necessidade de novos empreendimentos, os preços ainda podem subir mais”, acredita.

Segundo ele, em relação ao custo de vida da população, os imóveis ainda não atingiram um patamar de preço de preço tão elevado. “Se compararmos o custo de vida de outras cidades do mundo com o preço dos imóveis, verificamos que o Brasil ainda tem um dos menores preços”, diz.