sábado, 21 de dezembro de 2013

Os bairros de SP mais buscados por quem quer um imóvel novo

Levantamento da imobiliária Lopes mostra os bairros onde os compradores de imóveis mais procuraram lançamentos em 2013

Wikimedia Commons/Pedu0303
Bairro Vila Mariana, em São Paulo
Vila Mariana: bairro da Zona Sul de São Paulo é o mais procurado para quem quer comprar na planta
São Paulo – Um levantamento feito pela consultoria imobiliária Lopes mostrou que Vila Mariana, Santana, Saúde, Tatuapé e Pinheiros foram, nesta ordem, os cinco bairros mais procurados por compradores de imóveis em 2013.
O levantamento foi feito com 6.588 pessoas que estavam buscando um imóvel novo entre janeiro e novembro deste ano. A pesquisa considerou somente lançamentos.
Veja os bairros mais buscados em cada região e o percentual de buscas em cada região:
Zona Sul (37%)Zona Leste (23%)Zona Oeste (19%)Zona Norte (14%)Centro (7%)
Vila MarianaTatuapéPinheirosSantanaCentro
SaúdePenhaPerdizesCasa VerdeBela Vista
MoemaVila CarrãoLapaTucuruviHigienópolis
Campo LimpoMoocaButantãVila MariaSanta Cecília
IpirangaVila PrudentePompéiaFreguesia do ÓBrás
Fonte: Lopes
Segundo Caio Augusto Pereira, superintendente de inteligência de mercado da Lopes, o principal motivo da maior procura nestes bairros é o fato de eles concentrarem o maior número de lançamentos, apresentando maior oferta.
“Além disso, são bairros consolidados, com infraestrutura completa de serviços e transporte, com boa qualidade de vida”, acrescenta Pereira.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

É possível comprar imóveis mais baratos no fim do ano?

Segundo especialistas, preços dos imóveis não costumam ser afetados pela época do ano, como acontece com os carros; entenda


São Paulo – Muita gente aproveita o tempo livre das férias coletivas e o fôlego financeiro do13º salário para comprar um carro ou mesmo um imóvel na virada do ano. Mas ainda que possa ser financeiramente vantajoso comprar um veículo, não necessariamente a época favorece a compra da casa própria.
No caso dos carros, a vontade das concessionárias de acabar com os estoques para dar espaço para os modelos fabricados no ano seguinte faz com que elas concedam descontos.
Mas a lógica do mercado imobiliário é diferente. Embora as construtoras possam terminar o ano comimóveis em estoque, elas não têm a necessidade de desová-los para o ano seguinte.
“Não constato mudanças de preços nos imóveis no fim do ano, como descontos. Há oportunidades durante o ano inteiro, e com a euforia de preços e forte demanda de 2011 e 2012, o mercado ficou mais seletivo”, diz Wang Chi Hsin, investidor imobiliário e coautor do livro “Investir em imóveis: entenda os segredos práticos deste mercado”.
Assim, diferentemente do que ocorre com os carros, a virada do ano não tem influência nos preços dos imóveis, não favorecendo descontos nem altas.
Segundo o consultor imobiliário do escritório Areal Pires Advogados, Alex Strotbek, o máximo que pode ocorrer nessa época é as imobiliárias concederem descontos para alavancar as vendas de fim de ano. E mesmo assim, o evento é pontual.
Strotbek explica que, pelo lado das incorporadoras, o desconto não acontece por conta da época. No caso dos imóveis novos, os descontos ocorrem quando as vendas na planta não atingem o mínimo necessário para tornar o projeto viável. E isso pode ocorrer em diferentes épocas do ano.
Uma superoferta de um determinado tipo de imóvel também pode gerar descontos, e isso também normalmente independe da época.
“O mercado ainda está aquecido. Se estivesse parado, poderia até haver desconto para as épocas em que as pessoas estão com dinheiro no bolso, como agora”, observa Strotbek.
Para comprar um imóvel usado, a concessão de descontos depende mais da necessidade e da urgência do vendedor que de qualquer outra coisa.
Segundo Wang Chi Hsin, os imóveis cujos preços podem responder a alguma sazonalidade são os imóveis de temporada.
Ele afirma que imóveis de praia, por exemplo, costumam ficar mais caros no verão, e imóveis de regiões de turismo de inverno encarecem na estação mais fria.
Mais dinheiro na mão permite negociar condições melhores
O que é possível fazer ao comprar um imóvel – seja novo ou usado – é negociar um desconto oferecendo uma entrada ou sinal maior.
Nesse sentido, a época é boa, pois em dezembro chega o 13º salário, e no início do ano há quem receba participação nos lucros da empresa onde trabalha.
Alex Strotbek dá o exemplo do imóvel vendido na planta. Se você tiver que pagar 25% do valor do imóvel até a entrega das chaves, pode obter um desconto se conseguir oferecer a mesma quantia numa tacada só ou em menos parcelas.
“Digamos que o prazo da obra seja de 30 meses. A incorporadora precisa desses 25% até o fim desse prazo para financiar a obra. Se ela receber tudo adiantado, vai ter o mesmo poder de compra que só teria dali a 30 meses. Ela poderá conceder um desconto referente a esse tempo que ela não precisará esperar”, explica.
Fonte: Exame.com


Brasil é listado entre países com maior valorização imobiliária em um ano - InfoMoney Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/imoveis/noticia/3109385/brasil-listado-entre-paises-com-maior-valorizacao-imobiliaria-ano

Brasil é listado entre países com maior valorização imobiliária em um ano - InfoMoney 
Veja mais em: http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/imoveis/noticia/3109385/brasil-listado-entre-paises-com-maior-valorizacao-imobiliaria-ano

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Cyrela e Queiroz Galvão compram "Terra Encantada" no Rio

Companhias adquiriram terreno e estimam VGV de R$ 1,5 bilhão com projeto que será construído no local

Cyrela e Queiroz Galvão compram terreno "Terra Encantada", no Rio
São Paulo – A Cyrela e a Queiroz Galvão Desenvolvimento Imobiliário compraram o terreno “Terra Encantada”, localizado na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

De acordo com comunicado divulgado pela Cyrela, o projeto que será construído no local tem valor geral de vendas (VGV) estimado em 1,5 bilhão de reais.

As companhias esperam entregar a partir de 2015 a primeira fase do empreendimento.
Recentemente, Eric Alencar, diretor financeiro e de relações com investidores da Cyrela, afirmou que aprioridade para o uso do caixa companhia era para aquisição de terrenos.

Casas antigas merecem atenção redobrada do comprador

As casas antigas merecem ainda mais atenção do que os apartamentos, pois podem ter sido construídas sem a supervisão de um especialista.
"Em geral, as construtoras de edifícios trabalham com engenheiros. Já as casas podem ter sido erguidas sem esse suporte", afirma o engenheiro Victor Ventura. Por isso, a recomendação é fazer uma pesquisa para saber quem construiu o imóvel.
Nas casas, o principal problema a ser observado pelo comprador são as rachaduras, segundo o engenheiro. "Trincas grandes e compridas são mais preocupantes. Se estiverem perto de uma viga, podem ser muito comprometedoras", diz, ressaltando que o risco de uma fissura só pode ser dimensionado por um especialista.
editoria de arte
Outro ponto que merece atenção é o telhado. "Às vezes, há infestação de cupins no madeiramento, o que pode levar ao desabamento da estrutura."
Essa foi a principal reforma que o administrador Marcelo Cernuschi fez em sua casa. O imóvel, comprado em 2009, fica na Lapa, na zona oeste de São Paulo, próximo à linha férrea.
"Mudei o madeiramento do telhado e também troquei as telhas, pois havia infiltração", conta. Além disso, foi necessário fazer a troca da fiação elétrica. Cernuschi afirma que não se sabe ao certo a idade da casa, mas diz acreditar que é dos anos 1940.
Para ele, a escolha valeu a pena. A compra do imóvel ficou em R$ 230 mil, e as reformas saíram por R$ 15 mil. "Comprei de um casal que se mudou para o interior. Paguei uma pechincha", afirma.
Segundo José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP, essa é mais uma vantagem do imóvel usado: fazer negócio com pessoas comuns. "É diferente de lidar com uma incorporadora, inflexível na negociação."
Raquel Cunha/Folhapress
O administrador de empresas Marcelo Cernuschi, 39, comprou em 2009 uma casa dos anos 1940 no bairro da Lapa e reformou principalmente telhado e fiação elétrica
Marcelo Cernuschi reformou o telhado e a fiação elétrica da casa dos anos 1940 que comprou no bairro da Lapa, em São Paulo

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Jundiaí lança 14 mil unidades residenciais nos últimos três anos

Dado é do Estudo do Mercado Imobiliário da cidade, elaborado pelo Secovi-SP em parceria com a Zarif Assessoria Econômica
10/12/2013
Jundiaí lança 14 mil unidades  residenciais nos últimos três anos
De novembro de 2010 a novembro de 2013, 14.088 unidades residenciais – verticais e horizontais – foram lançadas em Jundiaí. É o que aponta o Estudo do Mercado Imobiliário da cidade, feito pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação)  e pela Zarif Assessoria Econômica Ltda. 
Desse universo, destaca-se o segmento de 3 dormitórios, cuja participação na oferta foi de 33% (4.695 unidades); seguido pelo de 2 dormitórios econômico, com 29% (4.113 unidades); 2 dormitórios padrão, com 25% (3.469 unidades), 1 dormitório, com 9% (1.195 unidades); e 4 dormitórios, com 4% (612 unidades). 
Os empreendimentos verticais responderam pela maioria dos lançamentos, alcançando um total de 12.550 unidades ofertadas (89%). Já os lançamentos horizontais totalizaram 1.538 unidades (11%). 
Lançamentos Residenciais Verticais - No período de 12 meses compreendido entre novembro de 2012 e novembro de 2013, foram lançadas 4.067 unidades verticais. Destacam-se os imóveis de 2 dormitórios econômicos, que participaram com 1.096 unidades e 27% do total, seguidas pelos imóveis de 2 dormitórios padrão, com 1.032 unidades (25%), e de 3 dormitórios, com 936 unidades (23%). 
Vendas – novembro de 2010 a novembro de 2013 - Das 12.550 unidades residenciais verticais lançadas, 9.723 foram comercializadas, o que equivale a um indicador VSO (Vendas sobre Oferta) de 77%. 
O segmento mais significativo nas vendas foi o de 2 dormitórios, composto pelos tipos econômico e padrão. Juntos, responderam por 63% (6.135 unidades) do total comercializado. 
Fonte: Secovi

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Refinanciamento de imóvel

Diversos bancos oferecem o refinanciamento, mas geralmente apenas aos clientes de alta renda ou então para tentar "salvar" outro empréstimo com altíssimo risco de inadimplência concedido pela própria instituição. O refinanciamento de imóvel é o que possibilita ao cliente bancário levantar o maior volume de recursos. Os bancos costumam liberar até 50% do valor do imóvel. Isso quer dizer que alguém que tenha uma casa avaliada em R$ 400 mil vai conseguir a liberação de até R$ 200 mil dando o imóvel em garantia do empréstimo.

É importante lembrar que nem sempre esse cliente vai conseguir os R$ 200 mil porque há outro fator que limita o teto do refinanciamento: o comprometimento da renda. Os bancos vão liberar um crédito com parcelas de pagamento mensais que correspondam a no máximo 30% da renda bruta do tomador - mas esse percentual cai caso ele tenha também outras dívidas contratadas que não sejam quitadas com essa operação. Nesse limite, no entanto, pode ser possível compor renda com familiares. Então imagine que alguém ganha R$ 10 mil por mês e tem uma esposa que ganha outros R$ 10 mil. Se essas duas pessoas comprarem um imóvel juntos e não têm outras dívidas, o limite de comprometimento da renda com as prestações do empréstimo será igual a 30% de R$ 20 mil - ou seja, as prestações mensais do financiamento poderão ser de até R$ 6 mil. Caso esse mesmo casal tenha outra dívida com prestação mensal de R$ 1 mil, aí o limite da parcela do refinanciamento cai para R$ 5 mil.
Refinanciamento de casa
Os juros cobrados nesse tipo de empréstimo serão a partir de 1,05% ao mês + correção pelo IGP-M. Os prazos de pagamento costumam variar entre 1 e 30 anos - empréstimos mais longos podem ter uma parcela mensal de pagamento mais baixa, mas com pagamento de juros por muito mais tempo. Ao dar seu próprio imóvel em garantia do empréstimo, a pessoa pode tomar do banco a partir de R$ 30 mil. A operação, no entanto, tem alguns custos. Será necessário pagar IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 1,88% calculado sobre o valor total do empréstimo e pago no momento em que o crédito é liberado - o imposto só não será cobrado quando o dinheiro emprestado servir para a reforma de um imóvel residencial, sendo necessário apresentar o orçamento e o cronograma das obras assinado por um engenheiro. O FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) não pode ser utilizado para abater o saldo devedor nesse tipo de operação, mas o imóvel pode estar alugado a um terceiro - isso, inclusive, ajuda a compor a renda do tomador do empréstimo.

Também pode ser necessário pagar no momento da contratação da operação uma taxa de análise de crédito e uma taxa de avaliação do imóvel e arcar com dois seguros: um de danos físicos ao imóvel e outro para morte ou invalidez permanente do tomador. Por último, será necessário pagar os custos do cartório, já que o imóvel será alienado em nome do banco - o que ficará registrado na matrícula da propriedade. Por isso, para saber o custo real de um refinanciamento, preste sempre atenção ao CET (custo efetivo total) do empréstimo, uma taxa percentual que engloba todos os custos da operação, e não apenas os juros.

A parte operacional do refinanciamento é um pouco longa. Quem tem o pedido de crédito aprovado pelo banco terá de preencher uma ficha com dados pessoais e do imóvel. Será necessário entregar documentos como cópias de CPF e RG, comprovante de endereço, comprovante de renda, últimos holerites, escritura e matrícula atualizada do imóvel, certidão negativa de débitos com o condomínio e comprovante de que não há dívidas de IPTU, entre outros. Em seguida, o banco vai contratar uma empresa de avaliação para se certificar de que o imóvel vale mesmo tanto quanto o cliente declarou.

Se tudo der certo, o processo entra na fase de formalização, com a assinatura do contrato de empréstimo, o registro da operação em cartório e, por fim, a liberação do dinheiro. Quando o cliente toma dinheiro emprestado também para pagar outras dívidas, uma parte dos recursos será depositada diretamente na conta do credor inicial e o restante vai para o bolso do cliente. O processo todo demora no mínimo 30 dias e só depois o dinheiro é liberado - mas lembre-se que pode haver uma demora adicional caso o próprio cliente demore em levantar a documentação necessária ou o cartório não forneça toda a papelada rapidamente.

Justiça barra aumento de IPTU em São Paulo

O Tribunal de Justiça decidiu barrar nesta quarta-feira (11) o reajuste do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). A lei que estabelece o aumento de até 20% no IPTU para residências e até 35% para comércio e indústria em 2014 foi sancionada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) no dia 6 deste mês.

CLIQUE NA IMAGEM E VEJA O AUMENTO PREVISTO PELA LEI PARA CADA BAIRRO

  • Arte/UOL
Por maioria de votos, os desembargadores que integram o Órgão Especial do TJ-SP concederam liminar que suspende a eficácia da lei.
 
O relator da matéria, o desembargador Péricles Piza, votou pelo deferimento do pedido de liminar. Segundo ele, a não aplicação da lei até que o mérito da questão seja julgado "não afetará o equilíbrio fiscal" da prefeitura. 
 
Durante a sessão, o procurador-geral do município, Celso Augusto Coccaro Filho, solicitou que a prefeitura pudesse se manifestar em plenário antes da votação "diante da gravidade da medida", mas o pedido foi rejeitado pela maioria dos desembargadores.
 
No mês passado, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e o diretório estadual do PSDB ingressaram com duas Adins (Ação Direta de Inconstitucionalidade) para tentar barrar o reajuste do imposto.
 
Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, "não é razoável aumentar um imposto acima dos ganhos de renda da população, assim como não é razoável usar critérios para reavaliar os imóveis que não foram discutidos e, portanto, são obscuros".
 
O PSDB argumentou que o aumento do imposto fere o princípio da razoabilidade por usar índices muito superiores ao da inflação do período.
 

Batalha jurídicaO reajuste do IPTU tem sido alvo de uma batalha jurídica. No dia 4 de novembro, uma ação civil pública foi ajuizada pelo Ministério Público Estadual, que questionou a legalidade da aprovação do projeto de lei. No dia seguinte, o juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública,concedeu liminar para barrar a sanção do projeto aprovado na Câmara Municipal.


Mesmo assim, a sanção da lei foi publicada no "Diário Oficial da Cidade". O mesmo juiz, então, emitiu outra liminar reafirmando a decisão e depois rejeitou pedido de Haddad para que reconsiderasse a suspensão do aumento. No dia 13 do mês passado, a prefeitura conseguiu derrubar a liminar na Justiça. 

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Paulistas compram em média 1,8 imóvel ao longo de suas vidas

Estudo mostra que a idade tem íntima relação com o potencial de compra; pessoas com mais de 50 anos é que atingem mais essa marca
Paulistas compram, em média, 1,8 imóvel durante a vida, segundo estudo realizado pela área de inteligência de mercado da Lopes, empresa que atua em consultoria e intermediação imobiliária do país.
De acordo com o levantamento, mais de 70% dos residentes da região metropolitana de São Paulo, acima dos 40 anos, que procuram um imóvel para comprar, já residem em imóveis próprios.
Apenas 10% dos paulistas com até 29 anos já compraram seu primeiro imóvel (Foto: Banco de Imagens / Think Stock)
O estudo ainda mostra que a idade tem íntima relação com o potencial de compra. Isso porque os compradores com mais de 50 anos é que atingem mais essa marca.
Para se ter uma ideia, apenas 10% dos paulistas com até 29 anos já compraram seu primeiro imóvel, enquanto 86% não adquiriram nenhum. Ainda nessa faixa de idade, 65% residem com os pais ou familiares e a maioria (59%) em casas.
Enquanto isso, a maioria dos entrevistados, a partir dos 30 anos, reside em imóvel próprio, sendo que 43% estão entre 30 e 39 anos; 72% entre 40 e 49 anos; e 86% acima de 50 anos.
Outro ponto destacado pela pesquisa foi a preferência pela moradia em apartamentos, a partir dos 30 anos.
A pesquisa foi realizada com uma amostra de 1.199 pessoas, em setembro de 2012.

Gafisa conclui venda de 70% do Alphaville

A incorporadora Gafisa chegou à etapa final de seu processo de reestruturação iniciado há dois anos, com a conclusão da venda de 70% da Alphaville para os fundos de investimento Pátria e Blackstone.
Com os recursos da venda, que avaliou a unidade em R$ 2 bilhões, a Gafisa reduzirá seu endividamento, pagará remuneração a acionistas e fará uma recompra de ações de Tenda.
O lucro esperado da transação, líquido de impostos e despesas relacionadas, é de aproximadamente R$ 458,6 milhões, segundo a companhia.
"A entrada desses recursos vai permitir à Gafisa alcançar uma estrutura de capital saudável, adequado para sua operação", disse no documento enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A empresa pretende usar pelo menos R$ 700 milhões para o pagamento de dívidas corporativas com vencimento nos próximos 12 meses, um montante que representa cerca de 70% de seu endividamento corporativo até dezembro de 2014.
Com a operação, a Gafisa será beneficiada com a otimização de seu perfil financeiro, redução das despesas financeiras e alongamento do prazo médio da dívida.
Outra parcela dos recursos será utilizada como remuneração a acionistas, cujas estimativas iniciais apontam para uma de distribuição de cerca de R$ 100 milhões.
O programa de recompra está condicionado à manutenção da dívida líquida consolidada da Gafisa em um nível igual ou inferior a 60 por cento de seu patrimônio líquido.
Nos últimos dois anos, a companhia estava preocupada em trazer capital de volta, estabilizar a operação do ponto de vista de eficiência, concentrada nas operações das unidades Gafisa e Tenda, depois de ter suspendido temporariamente os lançamentos da unidade de baixa renda.
"A conclusão dessa operação marca o processo final de execução do plano estratégico da companhia", disse a Gafisa.
A venda do controle da Alphaville, sua unidade de loteamento urbano de alto padrão, foi anunciada em junho.
Os recursos provenientes da transação, após os ajustes previstos no contrato totalizam R$ 1,54 bilhão, sendo R$ 1,25 bilhão mediante o pagamento do fundo AE, sociedade entre Pátria e Blackstone. Outros R$ 290 milhões foram recebidos por meio de dividendos distribuídos pela Alphaville.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Preços de imóveis sobem 14% em 12 meses e batem inflação

Alta do preço médio do metro quadrado anunciado no acumulado de 12 meses supera em 7,9 pontos percentuais inflação medida pelo IPCA, segundo Índice FipeZap


São Paulo - O Índice FipeZap Ampliado, indicador que acompanha a variação do preço do metro quadrado dos imóveis anunciados para venda em 16 cidades brasileiras, registrou um aumento no preço médio do metro quadrado anunciado de 1,3% em novembro, a mesma alta registrada em outubro.
A elevação é de 13,8% no acumulado do ano, 7,9 pontos percentuais acima dainflação medida pelo IPCA esperada para o período, que é de 5,9%, segundo o Boletim Focus do Banco Central.
Florianópolis (+2,3%) e Belo Horizonte (+2,2%) registraram as maiores elevações de preços no mês. E os menores aumentos foram registrados em Salvador (+0,1%), Porto Alegre (+0,7%) e São Bernardo do Campo (+0,7%).
Nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro as variações foram, respectivamente, de +1,3% e +1,2%.
Em novembro, os valores médios do metro quadrado ficaram entre 9.812 reais, no Rio de Janeiro, e 3.797 reais, em Vila Velha. E a média nacional foi de 7.231 reais.
Veja na tabela o desempenho de cada cidade no Índice FipeZap de novembro. Todas as 16 cidades compõem o Índice FipeZap Ampliado, lançado no início deste ano. Sete dessas cidades, em negrito, já compunham o Índice FipeZap Composto, existente desde 2010.
O FipeZap tem dados disponíveis sobre São Paulo e Rio de Janeiro desde janeiro de 2008. Para Belo Horizonte, a série histórica começa em maio de 2009. Para Fortaleza, em abril de 2010; para Recife em julho de 2010; e para Distrito Federal e Salvador, em setembro de 2010. Já entre as novas cidades, incluídas no Índice FipeZap Ampliado, as cidades do ABC Paulista e Niterói têm dados disponíveis desde janeiro de 2012. Vitória, Vila Velha, Florianópolis, Porto Alegre e Curitiba têm as séries históricas mais recentes, iniciadas em julho de 2012. O FipeZap Ampliado foi lançado em janeiro deste ano.
O indicador elaborado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em parceria com o site Zap Imóveis, acompanha os preços do metro quadrado dos imóveis usados anunciados na internet, que totalizam mais de 290.000 unidades todos os meses. Além disso, são buscados também dados em outras fontes de anúncios online. A Fipe faz a ponderação dos dados utilizando a renda dos domicílios, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Áreas Urbanas



Nos próximos 25 anos, o país terá que construir, no mínimo, 35 milhões de novas moradias para atender o crescimento vegetativo da demanda e a eliminação de uma parte do nosso escandaloso déficit habitacional, concentrado nas cidades e em suas periferias imediatas. Já apontei neste blog a existência de diversos impedimentos à consecução desse objetivo. Mas, dessa vez, quero detalhar um pouco mais a questão da indisponibilidade de áreas urbanas para receber esse volume de novas construções e a sua conexão com a precariedade da infraestrutura de transporte (ultimamente tratada pelo pomposo nome de “mobilidade urbana”). Aliás, essa mudança repetitiva da denominação de “transporte público” para “mobilidade urbana” no discurso político e burocrático assemelha-se àquela adotada para rebatizar “pronto socorro” como “pronto atendimento”, na tentativa de dar a impressão que o sistema de saúde exorcizou os seus demônios e passou a bem atender a população. Com um nome ou com outro, persiste a precariedade, tanto na saúde como no transporte.
De plano, há que se constatar que não existe mais estoque de terrenos loteados susceptíveis de ocupação por novas moradias regulares, nas áreas urbanas da maioria das grandes cidades brasileiras (fenômeno cujas razões examinei no tópico “Carência de Terras Urbanas” publicado neste blog em dezembro passado. Além disso, a implantação de novos loteamentos está cada vez mais desestimulada pelo excesso de burocracia e pelas dificuldades inacreditáveis que têm que ser vencidas pelos empreendedores durante as fases de licenciamento e aprovação dos projetos.
Esse quadro mereceria um esforço concentrado envolvendo as agências governamentais e as empresas loteadoras, focando as possibilidades de agregação de novas áreas em empreendimentos bem planejados (que ofereçam espaços especiais para a implantação de creches, escolas e comércio). E que sejam dotados da infraestrutura necessária (sistemas de coleta de esgoto e lixo, de entrega postal, de abastecimento público de água e energia, de boa iluminação, de unidades de segurança, de recreação e, sobretudo, de boa conexão com um sistema de transporte que possa garantir comodidade e rapidez nos deslocamentos entre as residências e os locais de trabalho.
A configuração básica apresentada no parágrafo anterior pode parecer óbvia ou excessivamente pretensiosa, conforme o ponto de vista. Mas não é, conforme já se observou em diversas situações de escassez crescente de lotes urbanos, no nosso próprio país e em outras nações. Diante da pressão por mais áreas para construção de moradias, temos que solucionar adequadamente o problema, rápida e eficientemente. Não podemos repetir os mesmos erros que ocorreram no México, por exemplo, diante da mesma escassez generalizada de terrenos urbanos. Naquele país, foram criados, às pressas, grandes bairros para novas ocupações, mas muito afastados das áreas que concentravam o comércio e os postos de trabalho e sem a infraestrutura básica. O resultado disso foi a perda do investimento pelas carências que inviabilizaram a ocupação desses novos bairros. Não há como se deixar de considerar a premissa básica: as pessoas só querem morar em áreas onde estão disponíveis as facilidades essenciais para a vida moderna, especialmente no que diz respeito aos equipamentos de transporte público. Aliás, para seguir a denominação da moda, onde existem as facilidades para a “mobilidade urbana”.
Fonte: Blog Rubens Menin

Índice que reajusta aluguel desacelera para 0,29% em novembro

A alta do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) --usado como referência na maioria dos contratos de aluguel-- foi mais moderada em novembro, de 0,29%, após avanço de 0,86% em outubro, informou a FGV nesta quinta-feira (28).
Em novembro de 2012, o índice registrou queda de 0,03%. No acumulado do ano, o índice registra alta de 4,88%. Em 12 meses, a taxa subiu 5,60%.
Dentre os componentes do IGP-M, o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) --com peso de 60% no índice geral-- avançou 0,17% em novembro, ante elevação de 1,09% um mês antes.
Os produtos agropecuários recuaram 0,06%, invertendo a direção tomada em outubro (+0,49%) e os produtos industriais verificaram uma suavização no ritmo de alta, indo de 1,32% para 0,25% de aumento.
CONSUMIDOR
Já o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), com peso de 30% no índice, acelerou de 0,43% em outubro para 0,65% em novembro.
Neste caso, das classes de despesas avaliadas, o destaque coube ao grupo alimentação, que foi de um aumento de 0,63% para 0,93%, refletindo o movimento dos preços das hortaliças e legumes (-5,46% para 3,79%) e das frutas (0,98% para 2,16%).
Transportes saiu de uma ponta para outra --de queda de 0,12% em outubro para avanço de 0,12% em novembro.
Também subiram mais habitação (0,51% para 0,83%), saúde e cuidados pessoais (0,46% para 0,50%), despesas diversas (0,15% para 0,89%) e comunicação (0,40% para 0,88%).
Com moderação no ritmo de alta, apareceram educação, leitura e recreação (0,51% para 0,32%) e vestuário (0,80% para 0,76%). No primeiro caso, sobressaiu o item passagem aérea (12,34% para 5,28%); no segundo, mereceram atenção o comportamento dos preços das roupas femininas (1,03% para 0,75%).
CONSTRUÇÃO
Por fim, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) avançou 0,27% em novembro, abaixo do resultado de outubro, de 0,33%. O índice relativo a materiais, equipamentos e serviços subiu 0,29%, ante 0,68%. O índice que representa o custo da mão de obra avançou 0,25% em novembro, após ficar estável.
Fonte: Folha de São Paulo

domingo, 3 de novembro de 2013

O rei dos imóveis descobre o Brasil

O empresário Jorge Pérez, CEO da incorporadora americana Related, dona de mais de US$ 50 bilhões em projetos em todo o mundo, pretende fazer do País o foco de seus investimentos nos próximos anos. Saiba quais são seus planos para o mercado brasileiro

Por Hugo CILO
Confira os bastidores da reportagem de Hugo Cilo

O empresário cubano-americano Jorge Pérez, CEO da maior incorporadora dos Estados Unidos, a Related Group, tem duas grandes paixões: obras de arte e canteiros de obras. Aos 64 anos, Pérez é o maior colecionador de esculturas e pinturas da Flórida e – junto com sua mulher, Darlene Boytell-Pérez – está entre os dez maiores dos Estados Unidos, com um acervo estimado em US$ 280 milhões pela Miami Art Dealers Association. Entre as peças mais valiosas, penduradas nas paredes da suntuosa mansão onde criou quatro filhos, em South Beach, reduto dos abonados de Miami, estão quadros do colombiano Fernando Botero e do mexicano Diego Rivera. 
 
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Jorge Pérez CEO da Related: "O Brasil tem se mostrado o melhor
do mundo para investimento em imóveis"
 
Suas polpudas contribuições ao mundo da arte fizeram com que o antigo Museu de Miami fosse rebatizado, em 2011, para Jorge Pérez Art Museum. Naquele ano, suas doações superaram US$ 40 milhões, incluindo US$ 20 milhões em telas de artistas latino-americanos. “A arte alimenta minha alma, me fortalece e me dá uma energia que não sei explicar”, disse Pérez em entrevista à DINHEIRO, durante uma rápida passagem a negócios por São Paulo, no final de outubro. Eleito o latino mais rico dos Estados Unidos no ano passado, com um patrimônio líquido de US$ 1,6 bilhão – sem considerar a fortuna imobiliária em nome de sua empresa –, pode-se dizer que Pérez tem múltiplas cidadanias. 
 
Ele nasceu em Buenos Aires e passou boa parte da adolescência na Colômbia. Em 1968, com 18 anos, criou raízes em Miami, onde estudou economia e iniciou a construção de um império no ramo da construção civil. “Se algum brasileiro perguntar, diga que sou cubano, pois sei que dizer que nasci na Argentina pode pegar mal por aqui”, diz, sorrindo, o empresário, um influente assessor da Casa Branca para assuntos ligados a Cuba desde a gestão do presidente Bill Clinton. Neste ano, Pérez deve superar a marca de 100 mil apartamentos vendidos na Flórida, número equivalente a todos os imóveis residenciais construídos na cidade de São Paulo entre 2008 e 2013. 
 
“Construir um imóvel me dá tanto prazer quanto adquirir uma obra de arte. Quanto mais eu tiver, obras e imóveis, melhor”, afirma Pérez, chamado de o “Rei dos Condomínios” pelo The Wall Street Journal. Na segunda quinzena do mês passado, Pérez esteve no Brasil, a serviço de sua segunda, mas não menos empolgante, paixão. O bilionário, em parceria com a construtora paulista Bueno Netto, comanda o maior projeto imobiliário em execução no Brasil. O Parque Global, como será chamado o novo megabairro em fase inicial de construção na região do Mo­­rumbi, às margens do rio Pinheiros, em São Paulo, terá R$ 8 bilhões em valor geral de vendas. 
 
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Paulo Aridan, diretor da Odebrecht: "Estamos seguindo
a nova vocação imobiliária da capital"
 
Trata-se da construção de uma luxuosa minicidade de 218 mil m² – área equivalente a 21 campos de futebol – em uma das poucas regiões da capital paulista com disponibilidade de terrenos. O condomínio multiuso terá dez torres (as mais altas com 47 andares) que abrigarão imóveis residenciais, hotel e escritórios, além de um shopping center com 400 lojas, 14 salas de cinema e 30 restaurantes. Um jardim privativo de 17 mil m² garantirá uma área verde no coração do novo bairro, que deverá ser inaugurada daqui a cinco anos. “A construção do Parque Global será uma contribuição incalculável para a arquitetura e o design do País, uma autêntica obra de arte, deixando obsoletos todos os grandes empreendimentos que conhecemos até aqui”, diz Pérez. 
 
“Estamos erguendo uma nova cidade dentro da capital, com alto padrão de excelência, incorporando o que existe de mais moderno em engenharia e arquitetura”, acrescenta o sócio Adalberto Bueno Netto, dono e presidente do Grupo Bueno Netto. À primeira vista, a empolgação de Pérez e Bueno Netto pode soar exagerada. No entanto, a julgar pelos projetos bilionários executados pela Related em outros países, não é. A incorporadora, controlada por Pérez e pelo magnata americano Stephen Ross, administra um fundo imobiliário de mais de US$ 14 bilhões e possui cerca de US$ 50 bilhões em projetos em andamento, cifras que colocam a dupla em lugar de destaque no ranking dos maiores investidores mundiais do ramo imobiliário. 
 
“Jorge Pérez e Stephen Ross hoje são sinônimos de negócios grandiosos no ramo imobiliário”, diz Sharon Allen, consultora do Coldwell Banker, em Miami. “A estreia deles no Brasil, assim como acontece em todos os países por onde passam, deverá imprimir um novo ritmo para todo o mercado local.” A Related está à frente da maior obra imobiliária na história dos Estados Unidos, um projeto avaliado em US$ 20 bilhões que promete redesenhar a silhueta da Big Apple nos próximos dez anos. Assim como o paulistano Parque Global, um novo bairro será erguido na região oeste da Ilha de Manhattan, um dos metros quadrados mais caros e disputados do mundo. 
 
A central de linhas de trens da cidade, uma das poucas áreas não habitadas da ilha, será coberta com gigantescas placas de concreto, onde serão construídos 17 edifícios comerciais e residenciais. “Achávamos que Nova York havia chegado ao limite, sem áreas para novas construções, mas o novo bairro está criando um incrível horizonte para o setor”, disse Jonathan Miller, presidente da consultoria Miller Samuel Real State, de Nova York. O novo bairro nova-iorquino, batizado Hudson Yards, é o maior, mas não o único empreendimento faraônico no portfólio da companhia. 
 
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Hudson Yards: o megabairro em Manhattan será erguido sobre um gigantesco pátio de trens metropolitanos (à esq.)
 
Nos Estados Unidos, a Related assina a construção de cartões-postais como o complexo Time Warner Center, em Nova York, o Park Tower, em Chicago, e o Icon Bricker e o Apogee South Beach, em Miami (leia mais sobre o mercado imobiliário americano na entrevista “A Recuperação do mercado imobiliário nos EUA ainda levará três anos” ao final da reportagem). No Exterior, a Related de Pérez e Ross também possui obras em andamento em países como China, Índia, Emirados Árabes, Argentina e México. “Estamos em todo o mundo, mas faremos do Brasil o principal foco de nossos investimentos fora dos Estados Unidos nos próximos anos”, afirmou Pérez. 
 
Por conta da atuação no setor imobiliário de mercados emergentes, o chefão da Related é conhecido como o “Donald Trump dos Trópicos”. “Conheço com precisão mercados em todo o mundo, e posso garantir que o Brasil tem se mostrado o melhor do mundo para investimento em imóveis.” Além das oportunidades bilionárias geradas, o mercado imobiliário brasileiro será uma peça indispensável na estratégia de recuperação da solidez financeira da Related, que sentiu os efeitos da crise do subprime americano: entre 2007 e 2010, a companhia acumulou perdas de mais de US$ 1 bilhão. Os preços dos imóveis desabaram, os bancos fecharam a torneira do crédito e os compradores desapareceram da noite para o dia. 
 
“A crise me roubou dois anos de trabalho e me ensinou mais do que 20 anos de experiência”, afirmou Pérez. De quebra, as dificuldades o motivaram a colocar sua experiência no papel. O livro Powerhouse Principles: The Ultimate Blueprint for Real Estate Success in an Ever-Changing Market (Os Princípios para os empreendimentos imobiliários de sucesso em um mercado em constante mudança, numa tradução livre), traz algumas das lições que Pérez diz ter aprendido com o tombo. Dos ensinamentos tirados das turbulências do final da década passada estão a flexibilidade e a diversificação dos projetos. Não por acaso, para sustentar essa estratégia de longo prazo no Brasil, os planos da Related vão muito além do condomínio “três em um” na capital paulista. 
 
No ano passado, a incorporadora deu o pontapé inicial em sua estratégia brasileira ao abrir o primeiro escritório em São Paulo. A operação local ficou a cargo do executivo Daniel Citron, ex-presidente da Tishman Speyer no Brasil, que logo anunciou a construção de um edifício residencial na região da avenida Faria Lima e que começará a ser erguido neste ano. Segundo Citron, a ordem da matriz é garimpar novas áreas para construir. “Recebemos sinal verde de Pérez para investir o que for necessário no Brasil”, disse Citron. “Estaremos em busca de oportunidades em qualquer lugar do País que tenha potencial de valorização.”
 
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Stephen Ross, o sócio de Pérez: o bilionário está construindo um bairro
de US$ 20 bilhões em Nova York, no maior projeto imobiliário
da história do país 
 
PARCERIAS A busca por novas oportunidades de negócios já ocorre no Rio de Janeiro. A Related participa da concorrência por 100 mil m² no Porto Maravilha, um novo megabairro de alto padrão, que ocupa uma área total de um milhão de m2 e que poderá ter um volume geral de vendas (VGV), apenas na primeira etapa, semelhante aos R$ 8 bilhões do Parque Global, em São Paulo. O início das obras depende de uma assinatura do fundo imobiliário da Caixa Econômica Federal, proprietário da área do porto. “O grande fluxo de investimentos estrangeiros é bem-vindo porque agrega recursos e expertise aos novos projetos”, afirma Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP, a principal entidade do setor imobiliário no País. 
 
“No entanto, os empreendimentos serão bem-sucedidos se houver parceria com empresários brasileiros, já que o mercado imobiliário é uma atividade essencialmente local.” A ofensiva da Related no mercado conta com parceiros de peso. No Rio de Janeiro, se o projeto for aprovado pela Caixa, a companhia terá como sócias a Westfield, empresa responsável pelos principais projetos da Olimpíada de Londres, e a BNCorp, incorporadora do Grupo Bueno Netto. O consórcio é chamado de Grupo Porto Cidade. O projeto apresentado pelas três empresas prevê a construção de seis arranha-céus no Porto Maravilha e terá investimentos imediatos da ordem de R$ 3,5 bilhões. 
 
“Acredito que o futuro da Related no mercado brasileiro dependerá, principalmente, do sucesso ou não da empresa no Porto Maravilha, que hoje é o principal cartão de visita do mercado imobiliário da cidade”, diz o economista Eugênio Pedroza, da consultoria Jones Lang LaSalle. O interesse do bilionário Jorge Pérez pelo mercado brasileiro da construção não se dá por acaso e coincide com um momento raro na história do setor no País, em que lançamentos de megaempreendimentos imobiliários são cada vez mais comuns. Os cinco maiores deles devem gerar um valor geral de vendas colossal, na casa dos R$ 30 bilhões (veja as maiores obras abaixo). 
 
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Adalberto Bueno Netto: "Estamos erguendo uma nova cidade
dentro da capital"
 
Dentro do mesmo projeto que vem sendo cobiçado pela Related no Porto Maravilha, por exemplo, há outros interessados do porte das gigantes OAS, Carioca Engenharia e a Odebrecht. “O novo complexo imobiliário na região portuária será um marco na história do Rio de Janeiro, uma cidade que sofre com a falta de espaços e a ocupação desordenada”, afirma Rodrigo Melo, diretor da regional carioca da Odebrecht Realizações Imobiliárias. O local receberá investimentos também do empresário e apresentador de televisão americano Donald Trump, que construirá seu primeiro conjunto de edifícios comerciais no Brasil, o Trump Towers. 
 
O empreendimento terá cinco prédios, que serão erguidos pela construtora Even e pela incorporadora MRP International, com um VGV de R$ 6 bilhões. Na lista dos megaempreendimentos bilionários em obras pelo País ainda estão o Jardim das Perdizes, da construtora Tecnisa, com potencial de R$ 5 bilhões em vendas, e o Parque da Cidade, um novo bairro que será construído pela Odebrecht na Chácara Santo Antônio, próximo da marginal Pinheiros, ambos em São Paulo, que poderá gerar vendas de R$ 4 bilhões. 
 
“Estamos acompanhando a nova vocação imobiliária da capital, seguindo para os novos vetores de desenvolvimento da cidade”, disse Paulo Aridan, diretor-geral da Odebrecht Realizações Imobiliárias em São Paulo. Seguir a vocação imobiliária dos mercados em que atua é, inclusive, uma das regras fundamentais da cartilha de Jorge Pérez, descritas em seu livro. Resta saber, agora, se a receita do sucesso do empresário nos Estados Unidos será replicada no Brasil. O erro é um capítulo sobre o qual ele espera não ter de escrever novamente.
 
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“O que causa a bolha é o excesso de crédito”
 
DINHEIRO: A decisão de investir no Brasil só agora não é um pouco tardia?
PÉREZ: Não é. Nos próximos dez anos, o Brasil, a China e a Índia serão os melhores mercados do mundo para as empresas do setor imobiliário. Estamos chegando no momento certo.
 
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O País vive uma bolha imobiliária?
O Brasil não vive uma bolha imobiliária. O mesmo índice de valorização em São Paulo e no Rio de Janeiro ocorreu em cidades como Nova York e Londres. O que causa bolha é crédito em excesso e pouca oferta de imóveis. No mercado brasileiro, a concessão de crédito é criteriosa e a oferta está em equilíbrio com a demanda. 
 
Há demanda para megabairros de luxo?
A demanda é gigantesca. Até agora, o mercado de imóveis era pautado pelo preço. Por isso, as construções tinham de ser mais baratas possíveis e os projetos ficaram sem identidade, muito sem graça. O mercado mudou de patamar. Teremos cada vez mais imóveis assinados por grandes nomes do design, com arquitetura inovadora e projetos dignos de obras de arte. 
 
Qual é a sua principal característica como empreendedor?
Tem gente que diz que o sucesso de um empreendimento depende de três coisas: localização, localização e localização. Para mim, o que determina o sucesso é o timing. O projeto certo no momento certo. 
 
Unir a arte a projetos imobiliários não é uma novidade.
Introduzir obras de arte em nossa vida não é combinar o quadro da parede com a cor do sofá, como faz a maioria dos arquitetos. Fazer arte é pensar além. 
 
 
 
“A Recuperação do mercado imobiliário nos EUA ainda levará três anos”
 
Douglas Duncan, vice-presidente da Fannie Mae
Por Luís Artur NOGUEIRA
 
Em sua primeira visita ao País, o economista americano Douglas Duncan ficou impressionado com a pujança do mercado imobiliário brasileiro. Conversou com banqueiros e especialistas do setor e ficou convencido de que não há bolha imobiliária à vista. Duncan, que é vice-presidente da Fannie Mae – uma das gigantes do setor de hipotecas que receberam ajuda do governo dos EUA no auge da crise –, falou à DINHEIRO durante um evento promovido pela Acrefi, a associação de bancos e financeiras, em São Paulo.
 
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Qual é a situação atual do mercado imobiliário americano?
O mercado está em recuperação, com uma expansão sustentável. No entanto, ainda levará pelo menos mais três anos até que retorne a um patamar normal, compatível com a demografia do país. 
 
Como podemos ter certeza de que não haverá uma nova bolha?
A bolha imobiliária que antecedeu a crise foi formada pela demanda de um tipo diferente de investidor, que tirou proveito das sucessivas altas de preços. É uma dinâmica muito diferente da atual. O nível de construção ainda é baixo e 60% dos proprietários de imóveis ainda estão com as hipotecas em atraso por mais de 90 dias. 
 
A taxa de juros nos Estados Unidos está num nível baixo há bastante tempo. Isso não é um risco?
Não acho que isso esteja criando uma bolha. O Federal Reserve (Fed) anunciou, inclusive, que pretende manter a política monetária frouxa por um tempo ainda longo. 
 
Qual será o momento correto de mudar a política monetária?
É difícil prever com exatidão. Nossa visão é de que o Fed começará a mexer nisso no primeiro trimestre de 2014. Porém, é possível que reavalie a sua posição se ficar comprovado que a recente paralisação do governo e a interminável discussão do teto da dívida trouxeram impactos negativos à recuperação econômica. 
 
Qual é a sua avaliação sobre o mercado imobiliário brasileiro?
Essa é a minha primeira visita ao Brasil e eu tive muitas conversas com banqueiros, economistas e especialistas no assunto. Nos Estados Unidos, os financiamentos imobiliários representam em torno de 100% do PIB. No Brasil, apenas 7%. O que eu posso dizer é que ainda há um amplo espaço para desenvolver esse mercado. 
 
Quais são os riscos no horizonte?
Acho que é preciso ficar atento para a possibilidade de que uma mudança da política monetária nos Estados Unidos possa afetar o Bra­­sil. Em tese, uma alta dos juros determinada pelo Fed poderia, de alguma forma, causar uma ruptura no mercado imobiliário brasileiro.
 
O economista Roberto Shiller, seu compatriota e um dos três ganhadores do Prêmio Nobel de Economia em 2013, disse recentemente que há uma bolha imobiliária no Rio e em São Paulo...
Bom, não sei se ele realmente estudou esses mercados em detalhe. Mas eu não posso questionar a análise do sr. Shiller, afinal de contas ele agora é um Prêmio Nobel (risos).
 
O sr. ficou satisfeito com o acordo fiscal no Congresso dos EUA?
Apenas empurramos o problema com a barriga e, infelizmente, teremos de continuar discutindo o assunto até janeiro ou fevereiro do ano que vem. Os Estados Unidos têm um significativo problema fiscal de longo prazo e nós nem começamos a abordar as questões de seguridade social e saúde. 
 
A China tem defendido a necessidade de os países adotarem uma moeda alternativa ao dólar como reserva global. Faz sentido?
Sim. É uma questão de estratégia competitiva de cada país. Os Estados Unidos têm o privilégio de ser a reserva cambial do mundo e isso lhes dá a habilidade para fazer coisas que outras nações não podem fazer. Então, é natural que a China também queira ser. 
 
Por que esse questionamento ressurge agora?
O debate ressurgiu agora por causa da fragilidade americana. Fica a lição para os Estados Unidos. Quando se flerta com o risco de calote, automaticamente abre-se a possibilidade de perder essa vantagem competitiva, a partir do questionamento de outros países. 

Fonte: ISTOÉ Dinheiro