sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Ações por falta de pagamento de condomínio caem 6,5% em 2014

Levantamento do Secovi-SP mostra que, no ano passado, foram ajuizadas 9.047 ações de cobrança, contra 9.681 registradas no ano anterior
26/01/2015
Ações por falta de pagamento de condomínio caem 6,5% em 2014
O número de ações de cobrança por falta de pagamento da taxa de condomínio caiu 6,5% na capital paulista. De janeiro a dezembro de 2014, foram protocoladas 9.047 ações, contra 9.681 processos em igual período de 2013. O total foi o menor registrado desde o início da série história, em 2006, de acordo com levantamento do Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), realizado junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Apesar da redução no acumulado do ano, o levantamento apontou aumento no volume de ações em dezembro de 2014. Ao todo, foram 832 ações, o que indica um crescimento de 5,7% em relação a novembro (787 casos) e de 49,4% em comparação ao mesmo mês de 2013 (557 ações).
"Essa queda comprova nossa percepção de que o inadimplente prefere negociar e pagar parcelado", afirma o vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Sindicato, Hubert Gebara, que acredita que a morosidade na tramitação dos processos desmotiva a busca dos instrumentos legais para solução da inadimplência. "O condomínio prefere receber aos poucos a ter de esperar vários anos por um resultado judicial incerto."
O número de ações de cobrança por falta de pagamento da taxa de condomínio caiu 6,5% na capital paulista. De janeiro a dezembro de 2014, foram protocoladas 9.047 ações, contra 9.681 processos em igual período de 2013. O total foi o menor registrado desde o início da série história, em 2006, de acordo com levantamento do Departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), realizado junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Apesar da redução no acumulado do ano, o levantamento apontou aumento no volume de ações em dezembro de 2014. Ao todo, foram 832 ações, o que indica um crescimento de 5,7% em relação a novembro (787 casos) e de 49,4% em comparação ao mesmo mês de 2013 (557 ações).

"Essa queda comprova nossa percepção de que o inadimplente prefere negociar e pagar parcelado", afirma o vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Sindicato, Hubert Gebara, que acredita que a morosidade na tramitação dos processos desmotiva a busca dos instrumentos legais para solução da inadimplência. "O condomínio prefere receber aos poucos a ter de esperar vários anos por um resultado judicial incerto."
Fonte: Secovisp

quinta-feira, 6 de março de 2014

IGP-M: aluguel com aniversário em março subirá 5,76%

Essa é a variação em 12 meses do indicador que corrige a maior parte dos contratos de locação residencial 
27/02/2014
IGP-M: aluguel com aniversário em março subirá 5,76%
O aluguel residencial em andamento com aniversário em março e correção pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), da FGV (Fundação Getúlio Vargas), será atualizado em 5,76%, o maior percentual de reajuste desde a correção do aluguel que aniversaria em agosto.
O IGP-M é um dos principais indicadores para reajustes contratuais por ser o primeiro a ser veiculado, ainda dentro do mês de referência. Assim, a divulgação da variação mensal de 0,38% no mês de fevereiro fecha o comportamento dos preços no período de 12 meses compreendido entre os meses de março de 2013 e fevereiro deste ano.
Para facilitar o cálculo do novo aluguel, o Secovi-SP (Sindicato da Habitação) divulga o fator de atualização, que será de 1,0576. Assim, para atualizar um aluguel de R$ 1.000,00, que vigorou até fevereiro de 2014, multiplica-se R$ 1.000,00 por 1,0576, o que resultará em R$ 1.057,60, o aluguel de março a ser pago no final de março ou início de abril.
Seguem os reajustes dos últimos meses:

Fatores de Reajustes de aluguel

Ø Contrato com aniversário em abril/13 e pagamento em maio/13: 1,0806
Ø Contrato com aniversário em maio/13 e pagamento em junho/13: 1,0730
Ø Contrato com aniversário em junho/13 e pagamento em julho/13: 1,0622
Ø Contrato com aniversário em julho/13 e pagamento em agosto/13: 1,0631
Ø Contrato com aniversário em agosto/13 e pagamento em setembro/13: 1,0518
Ø Contrato com aniversário em setembro/13 e pagamento em outubro/13: 1,0385
Ø Contrato com aniversário em outubro/13 e pagamento em novembro/13: 1,0440
Ø Contrato com aniversário em novembro/13 e pagamento em dezembro/13: 1,0527
Ø Contrato com aniversário em dezembro/13 e pagamento em janeiro/14: 1,0560
Ø Contrato com aniversário em janeiro/14 e pagamento em fevereiro/14: 1,0551
Ø Contrato com aniversário em fevereiro/14 e pagamento em março/14: 1,0566
Ø Contrato com aniversário em março/14 e pagamento em abril/14: 1,0576
Fonte: SECOVI

    sábado, 15 de fevereiro de 2014

    Secovi-SP divulga Balanço do Mercado Imobiliário 2013

    Ano entrará para a história do mercado de imóveis novos residenciais da cidade de São Paulo como um período pós-turbulência e de ajustes. O mercado ressurgiu com números acima da média dois últimos anos. 
    11/02/2014
    Secovi-SP divulga Balanço do Mercado Imobiliário 2013Divulgação Secovi-SP/Calão Jorge
    Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira, 11/2, o Secovi-SP (Sindicato da Habitação) divulgou os dados de lançamentos e vendas de imóveis novos residenciais em São Paulo em 2013, ano que passará para a história do mercado como um período pós-turbulência e de ajustes. De acordo com o departamento de Economia e Estatística do Sindicato, o mercado apresentou números acima da média em relação aos dois últimos anos.
    Vendas - A venda de unidades residenciais novas na cidade de São Paulo cresceu 23,6%, com 33.319 imóveis escoados em 2013, diante das 26.958 unidades vendidas em 2012.
    No segmento de 1 dormitório, foram vendidas 8.391 unidades em 2013, frente às 4.202 do ano anterior, resultado que praticamente dobrou a quantidade comercializada (99,7%) entre os períodos. O crescimento significativo ampliou a participação de 15,6% em 2012 para 25,2% em 2013.
    Em recursos, o total vendido no ano atingiu R$ 19,1 bilhões, um crescimento de 30,2% diante do volume de vendas de 2012 (R$ 14,7 bilhões).
    A oferta final de unidades remanescentes em produção no final de 2013 foi praticamente a mesma de 2012, com 19,7 mil unidades.
    Os dois primeiros trimestres de 2013 superaram as expectativas em temos de volume de vendas: 6,9 mil unidades (janeiro a março) e 10,6 mil unidades (abril a junho), respectivamente, 20,6% e 31,9% do total comercializado em 2013. Somados, esses dois trimestres representaram 52,5% do total das vendas. Historicamente, as vendas no primeiro semestre são menores – da ordem de 45,5%.
    Lançamentos - O volume de lançamentos residenciais na cidade de São Paulo cresceu 16,4% em 2013, com 33.198 unidades, contra as 28.517 unidades lançadas em 2012.
    Conforme dados da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), o grande destaque do ano passado foi o segmento de 1 dormitório, com 9.261 unidades e incremento de 92,9% comparado às 4.800 unidades lançadas em 2012.
    Considerando o período de 2004 a 2012, o segmento de 1 dormitório representava, em média, 8% do total lançado. Em 2013, houve um salto para quase 28% nessa relação.
    O líder em participação continua sendo o imóvel de 2 dormitórios: 40% em 2013, a mesma fatia verificada no período de 2004 a 2012.
    Região Metropolitana de São Paulo
    A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) registrou crescimento de 3,0% em lançamentos residenciais de 2012 para 2013, com 56.423 e 58.143 unidades, respectivamente. Esse crescimento foi “puxado” pela capital paulista, com 33.198 unidades lançadas (57,1% do total). Com 24.945 unidades, as 38 cidades restantes da RMSP registraram queda de 11% comparativamente a 2012 (27.906 unidades).
    As vendas na Região aumentaram 14,7%. Em 2013, o total vendido atingiu 58.370 unidades, ante 50.903 imóveis comercializados em 2012.
    Perspectivas para 2014
    Diante de um cenário que mescla fatos positivos e negativos da economia, considerando-se ainda os grandes eventos que afetarão o cotidiano do brasileiro em 2014 (Carnaval em março, Copa do Mundo em junho/julho e eleições majoritárias em outubro) e, regionalmente, a cidade de São Paulo, com uma possível alteração do Plano Diretor Estratégico, cujo Projeto de Lei está na Câmara de Vereadores para votação, a conclusão é de que o mercado imobiliário este ano deverá registrar volumes de lançamentos e vendas semelhantes aos registrados em 2013.
    Fonte Secovi
    http://balanco.secovi.com.br/2013-2/index.php

    quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

    Não Cometa Estes 10 Erros ao Comprar um Imóvel

    Quando decidimos comprar um imóvel, existem diversos fatores que podem transformar a realização desse sonho num pesadelo.
    Independente do imóvel ser novo ou usado, ainda assim é possível cometer erros no momento da compra, que podem causar grandes danos financeiros.
    Por essa razão, apresento a partir de agora 10 erros que você não deve cometer ao comprar um imóvel.

    Erro 1: Não verificar se a pessoa que está vendendo o imóvel é realmente o proprietário

    Muitos golpes são realizados desta forma.
    O filho, o cônjuge, sócio, inimigo ou até um bandido pode tentar vender um imóvel sem que o real proprietário saiba disso.
    Exija documentos originais e tire pessoalmente uma cópia atualizada da matrícula do imóvel com certidão de ônus no Cartório de Registro. O cartório vai te cobrar uma pequena taxa.
    Só deposite dinheiro na conta do verdadeiro dono. Ele aparece na matrícula que deve estar atualizada. Não confunda escritura com matrícula.
    O que vale é o que consta na matrícula que está no Cartório de Registro.

    Erro 2: Não verificar se o imóvel realmente pode ser vendido

    Existem situações onde o dono do imóvel não pode vender o imóvel. Se a venda ocorrer, ela poderá ser anulada por um juiz e você terá que correr atrás do prejuízo.
    Se o imóvel serve como garantia para o pagamento de alguma dívida, ele não pode ser vendido.
    Mais um motivo para você ir até o Cartório de Registro de Imóveis e solicitar a matrícula com certidão de ônus do imóvel.

    Erro 3: Não verificar se o proprietário está respondendo algum processo judicial ou é alvo de execuções extrajudiciais

    O proprietário pode estar respondendo processos na justiça para o pagamento de multas, indenização ou direitos de terceiros, que podem ser pessoas, empresas ou o governo.
    A primeira coisa que a pessoa mal intencionada pensa é em se desfazer rapidamente de todos os bens que possui. Isto dificultaria o pagamento de suas dívidas. Só que este procedimento é totalmente ilegal.
    Se você comprar o imóvel de uma pessoa nessa situação, a justiça pode anular a transação e você perderá o seu dinheiro.
    E pior, você pode ser acusado de ter ajudado o proprietário na operação criminosa. É o caso onde o comprador do imóvel sabe que está participando de um esquema.
    Você provavelmente terá problemas com a justiça já que a venda pode ser considerada ilegal.
    É fundamental verificar se a pessoa possui dívidas com o município, com o estado, governo federal, receita federal, justiça do trabalho, INSS, bancos, financeiras entre outros.
    Diversas entidades emitem certidões com base no CPF do proprietário. Você mesmo pode consultar estas certidões pela internet.

    Erro 4: Não verificar se o corretor é mesmo corretor e se está autorizado pelo proprietário a negociar o imóvel

    Os golpes promovidos por falsos corretores são muito comuns.
    Todos os anos, milhares de pessoas são pegas exercendo a atividade de corretor ilegalmente.
    Qualquer pessoa pode se passar por corretor se você não souber como identificá-lo.
    Pergunte o número do CRECI da pessoa que se diz corretor e verifique junto ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis do seu estado.

    Erro 5: Não verificar se a esposa ou o marido concordam com a venda

    Infelizmente é comum, no caso de uma separação eminente, uma das partes resolva vender o imóvel sem que a outra fique sabendo.
    A mesma situação ocorre quando um herdeiro tenta se desfazer de um imóvel sem que os outros herdeiros estejam cientes. E isto é terrível porque você vai acabar se metendo no meio de uma briga familiar.
    Se a venda for feita sem a outra parte tomar ciência, o negócio pode ser anulado. Você fica sem o imóvel e ainda terá que correr atrás do seu dinheiro na justiça.
    Cuidado com a pessoa que possui procuração do marido, esposa ou herdeiros. Qualquer papel assinado em branco pode depois se transformar em uma procuração.
    Converse pessoalmente com o casal para verificar se os dois concordam com a venda.
    Na dúvida, solicite a certidão de casamento e verifique se o estado civil está atualizado na matrícula do imóvel.

    Erro 6: Comprar imóvel incompatível com o seu padrão de vida

    Não é porque a parcela cabe no seu bolso que você ficou rico e pode morar em um condomínio de alto padrão.
    Ao assumir um financiamento de longo prazo (35 anos), você estará sacrificando 35 anos da sua renda familiar.
    Terá que viver a mesma vida que levava antes com uma renda até 30% menor, ou seja, ficará 30% mais pobre.
    Muitas vezes, a simples mudança de um bairro mais barato para um bairro mais sofisticado já interfere no seu custo de vida.
    Mais lazer e conveniência significa um condomínio mais caro e menos dinheiro no seu bolso no final de cada mês.
    Antes de mudar de bairro e de moradia, avalie o impacto que isto pode gerar no seu custo de vida.

    Erro 7: Pensar no presente e esquecer o futuro

    Imagine que você resolveu comprar apartamento de apenas 45 metros quadrados financiado em 20 anos.
    Se você é solteiro, será que não vai querer casar nos próximos anos? Se você forma um casal sem filhos, será que não vai querer mais espaço nos próximos anos, quando as crianças nascerem?
    Um bom imóvel para você hoje pode não ser tão bom poucos anos depois. A nossa vida é composta por ciclos de mudanças. Você precisa de um planejamento de vida. Precisa prever suas necessidades futuras.
    O seu imóvel precisa se encaixar no seu plano de vida, e não a sua vida precisa se adaptar ao imóvel.
    Não pense só no “eu presente”. Pense também no “eu futuro”.
    Respeite o seu futuro. Isso evita muitos arrependimentos.

    Erro 8: Assinar o contrato sem ler ou sem entender o que está escrito

    Por favor, não assine nada sem saber o que está fazendo.
    Vão mandar você ler o contrato rapidamente e vão ficar olhando para sua cara. Você vai sentir vergonha por não estar entendendo nada do que está escrito. E você vai assinar um contrato com dezenas de páginas e cláusulas nebulosas sem estar plenamente consciente do que está fazendo.
    Não tenha vergonha de falar que não entendeu nada. Não tenha vergonha de perguntar. Não tenha vergonha de pedir a copia do contrato para levar para casa.
    É incrível o poder de uma caneta. Tome cuidado com a caneta. Não assine nada e não coloque a mão no bolso antes estar plenamente consciente do que está fazendo.
    É melhor gastar um pouco de tempo pesquisando, estudando, aprendendo, consultando outras pessoas para evitar problemas, do que passar o resto da vida tentando resolver problemas gerados por uma simples assinatura no final de um péssimo contrato.

    Erro 9: Fazer perguntas para as pessoas erradas

    Quando você sai do provador de uma loja de roupas e a dá de cara com a vendedora, você pergunta para ela se ficou bom? Acredita mesmo na resposta?
    É papel do sorveteiro avisar que comer muitos doces faz mal à saúde? É função do pipoqueiro alertar sobre os males do sódio na sua alimentação? É obrigação do banqueiro avisar que você só deve gastar aquilo que ganha?
    Então não espere muito dos que vendem um imóvel para você.
    O principal objetivo deles é fazer você comprar aquilo que estão vendendo. Todo esforço será feito para que você não tenha objeções. Tudo que possa gerar objeções tende a ser evitado por quem vende.

    Erro 10: Comprar imóvel sozinho, sem a participação de parentes e amigos

    A participação de sua família é importante.
    Os brasileiros normalmente compram 1 ou, no máximo, 2 imóveis durante toda vida.
    Por este motivo, são poucas as pessoas que possuem alguma experiência. Muitas vezes nos envolvemos emocionalmente com o imóvel que pretendemos comprar. É como uma paixão à primeira vista.
    Nosso cérebro nos sabota e afasta de nós todas as informações e ideias que possam nos fazer desistir da nossa paixão. Ficamos cegos.
    Temos uma tendência a minimizar a importância de problemas do imóvel, ao mesmo tempo, damos grande valor para tudo que nos conduza a adquirir o imóvel que estamos apaixonados. Ficamos mais burros diante da paixão.
    Todo esforço de venda e de marketing tenta envolver o comprador emocionalmente. E quando você compra utilizando apenas o lado emocional do seu cérebro acaba deixando o lado racional de fora das decisões.
    Permitir que membros da família, amigos e pessoas externas participem do processo será importante porque estas pessoas não estarão envolvidas pelas fortes emoções e podem detectar problemas graves no negócio.

    Conclusão

    Não compre imóveis sem estar plenamente preparado. Você encontrará, do outro lado da mesa de negociação, pessoas altamente preparadas para vender.
    Esteja preparado para comprar.
    Ao buscar se informar e adquirir conhecimento, é possível se livrar de furadas e até economizar milhares de reais.
    Fonte: queroficarrico.com

    sábado, 1 de fevereiro de 2014

    Secovi-SP debate proposta da Prefeitura de restringir vagas de garagem

    Plano Diretor Estratégico quer incentivar o uso do transporte público, diminuindo a quantidade de vagas nos novos empreendimentos imobiliários. Proposta foi debatida por especialistas do Secovi-SP, poder público e ITDP, de Nova York e do Brasil 
    29/01/2014
    Secovi-SP debate proposta da Prefeitura de restringir vagas de garagem Michael Kordansky, do ITDP-Nova York
    No Projeto de Lei 688/2013, que trata do novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo (PDE) e que está na Câmara de Vereadores para discussões e votação, o prefeito Fernando Haddad quer limitar o número de vagas de garagem nos novos empreendimentos residenciais, como forma de inibir o uso de automóveis e, assim, melhorar o trânsito na cidade.
    Para debater se a medida terá eficácia e apresentar alternativas ao problema da falta de mobilidade, o Secovi-SP (Sindicato da Habitação) convidou o norte-americano Michael Kordansky, gerente de Pesquisas Urbanas do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP) de Nova York, para falar sobre as melhores práticas urbanas adotadas em diversas cidades do mundo, durante o Encontro Técnico “Plano Diretor: garagens, mobilidade e outras questões urbanas”, realizado dia 28/1, em parceira com o ITDP-Brasil.


    “As vagas de garagem dos empreendimentos residenciais se interrelacionam com a cidade, com os seus mecanismos e engrenagens”, disse Hamilton Leite, coordenador de Programas de Sustentabilidade e Eventos Culturais do Secovi-SP, na abertura do evento, com a certeza de quem estuda o tema há anos – ele fez uma apresentação no congresso LARES (Latin America Real Estate Society), em 2011, acerca da evolução do espaço destinado a automóveis em relação à área total construída dos edifícios de São Paulo.
    De mocinho a vilão - O pesquisador Michael Kordansky lembrou que as cidades descobriram as ameaças dos carros quando passaram a regularizar o uso do solo. De acordo com ele, as pessoas iam aos centros urbanos para trabalhar e voltavam para o interior. Como alternativa para solucionar os inúmeros deslocamentos motorizados, ocorreu a expansão da estrutura viária. Com isso, as cidades passaram a ser projetadas em função do automóvel.
    Copenhague, capital da Dinamarca, foi citada por Kordansky como exemplo positivo de devolução da cidade para as pessoas. “Nos anos 1960, ela abriu mão dos estacionamentos nas ruas para abrigar os pedestres. Foram criados espaços para os ciclistas e abriram o canal, que havia sido fechado, para criar mais vagas”, explicou.
    Na opinião de Kordansky, nos prédios residenciais as vagas são espaços que não atendem as crianças, os idosos e as pessoas com deficiência física. Para ele, esses locais deveriam ser destinados a serviços essenciais, como carga e descarga e ambulâncias. “Estacionamentos são espaços mortos. As cidades existem para as pessoas.”
    Em Boston, nos Estados Unidos, os empreendedores imobiliários não querem mais construir vagas em áreas valorizadas, conforme Kordansky; e na Cidade do México, foi criado um medidor para taxar os veículos que estacionam nas ruas, o EcoPark. “São seis mil espaços formalizados de estacionamentos e os usuários pagam antecipadamente. O serviço é fiscalizado por um casal, e 100% do valor arrecadado são direcionados para a melhoria do espaço público”, concluiu Kordansky.
    São Paulo – De janeiro de 2002 a novembro de 2013, foram construídas mais de 590 mil vagas de garagem na cidade de São Paulo. Considerando que, anualmente, são lançadas, em média, 30 mil novas unidades residenciais no município, chega-se a um volume de 49 mil vagas de estacionamento por ano, ou seja, 1,62 vagas por apartamento. A conta foi apresentada por Eduardo Della Manna, diretor-executivo da vice-presidência de Assuntos Legislativos e Urbanismo Metropolitano do Sindicato. A concentração maior de espaços para estacionar deu-se nos distritos da Vila Andrade, do Itaim Bibi e Tatuapé. No mesmo período de 12 anos, foram entregues 39.992 unidades não residenciais e 58.472 vagas, ou seja, 1,46 vagas por sala de escritório.
    Porém, em 10 anos, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita na cidade cresceu 157% - um salto de R$ 13,4 mil para R$ 34,3 mil; o crescimento populacional foi de 8%; o de domicílios, 20%; e da frota de veículos, 61%. A diferença entre o volume de domicílios e o de carros nas ruas chega a 205%.
    Crise mundial – Claudio Bernardes, presidente do Secovi-SP, lembrou que a entidade debate o tema “mobilidade urbana” há pelo menos oito anos. “Este problema é sério, pois o transporte público é ineficiente. A adoção de novos modelos de ocupação urbana ao longo dos eixos, conforme proposto no PDE, é parte da solução. No entanto, é preciso ver se o mercado consumidor aceitará a limitação de vagas e quais serão os efeitos colaterais”, questionou o dirigente, completando que não há dúvidas sobre a necessidade de trabalhar rapidamente para que a cidade não pare completamente. “Porém, consideramos imprescindível um período de transição, para que todos possam se ajustar às novas condições.”
    Fernando de Mello Franco, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, disse que a maior crise mundial é a de mobilidade urbana, pois o problema não é de ordem econômica ou ideológica, mas Física. “Dois corpos não ocupam o mesmo lugar”, brincou.
    Ele citou a Rússia como exemplo. “Lá, há rede de avenidas com 12 faixas e, mesmo assim, o modelo de cidade é difuso e disperso, onde 80% da área urbana não têm restrição ao número de espaços para estacionamento de carros.”
    A proposta de diminuir o número de vagas nos novos empreendimentos dentro do Eixo de Estruturação da Transformação Urbana – áreas lindeiras às linhas de transporte público existentes –, contida no PL do PDE, é um primeiro movimento no sentido de solucionar a falta de mobilidade na cidade de São Paulo, de acordo com o secretário. “O projeto do Centro Cultural Moreira Salles, na avenida Paulista, está esperando a aprovação do PL, porque não quer oferecer vagas de garagem.” Porém, é preciso que a prefeitura e o governo do Estado invistam no sistema de transporte, por meio de uma política pública articulada.
    Cidade compacta – O vereador Nabil Bonduki, relator do PL, defendeu durante os debates a construção de uma cidade com usos mistos, distâncias menores e misturas de classes sociais. “O amplo acesso aos bens de consumo tende a se expandir ainda mais e atingir todas as parcelas da população. Uma cidade compacta vai reunir mais pessoas, em um volume maior de espaço construído. Temos de lembrar que o número de domicílios é maior do que o crescimento populacional.”
    Na opinião de Bonduki, o modelo de uso de automóvel individual funcionou quando se restringia a compra do carro à determinada faixa de consumidor. A ampliação dos financiamentos de automóveis e os benefícios fiscais às montadoras ajudaram a aumentar a quantidade de veículos nas ruas. “Conscientes dessa realidade, queremos estimular o uso racional do carro, razão pela qual estamos propondo a diminuição do número de vagas de garagens. Com um menor crescimento horizontal da cidade e a ampliação dos usos dos empreendimentos, ganharemos em áreas para ofertar transporte público”, defendeu o vereador.
    Pedágio urbano – Ricardo Yazbek, vice-presidente de Assuntos Legislativos e Urbanismo Metropolitano do Secovi-SP, disse que em um curto espaço de tempo a prefeitura quer implantar uma nova tendência de vida no município. “Este modelo parece ser o desejado por todos. No entanto, precisamos de um período de transição para que haja a troca do carro pelo transporte coletivo. As vagas nos residenciais são feitas porque há demanda. E, antes da mobilidade, o cidadão quer a segurança que o Estado não provê. Particularmente, sou favorável ao pedágio urbano, com investimento dos recursos arrecadados em transporte urbano”, defendeu o dirigente.
    O empreendedor imobiliário, na explicação de Yazbek, detecta o comportamento humano e atende às suas expectativas e necessidades. “Vamos deixar espaço no PDE para mudanças futuras”, propôs.
    Segurança e mobilidade urbana podem ser reguladas pelo mercado (empresário e consumidor), na opinião de Basilio Jafet, presidente da Fiabci/Brasil (Federação Internacional das Profissões Imobiliárias) e vice-presidente de Desenvolvimento do Sindicato da Habitação. “O crescimento urbano sustentável de São Paulo é muito inferior se comparado ao das cidades asiáticas, que têm enorme adensamento e rede interligada de transporte público.” Para ele, o pedágio urbano pode ser uma boa alternativa.
    Parceria pela mobilidade – Esta não é a primeira vez que o Secovi-SP realiza eventos de grande interesse público em parceria com o ITDP-Brasil. A primeira iniciativa conjunta foi o concurso cultural “A Cidade Somos Nós – Propostas para a São Paulo de 2030”, que contemplou, em 2011, seis trabalhos, dentre 106 inscritos, nos quais foram apresentadas as mais criativas propostas para uma área de intervenção compreendida entre a Praça da Bandeira e suas conexões com o Largo São Francisco, Praça do Patriarca e Câmara Municipal, num total de 500 metros de entorno a partir do terminal de ônibus existente no local, e com base nos “10 Princípios da Mobilidade Urbana Sustentável”.
    Em 2012, foi criado um Grupo de Trabalho com representantes do Sindicato e do Instituto voltado ao estudo de uma Política de Estacionamento.
    Helena Orenstein, presidente do Conselho Consultivo do ITDP-Brasil, participou dos debates, que foram mediados por Hamilton Leite.
    Fonte: Secovi